Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura
Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura
O 42º poema, Portugal Ressuscitado, de José Carlos Ary dos Santos, exprime bem o sentimento de quem viveu a Revolução do 25 de Abril de 1974, que veio pôr fim a uma ditadura, e viu o Povo nas ruas a celebrar a liberdade, depois «da fome, da guerra/da prisão e da tortura». Hoje, passados 50 anos, devemos estar unidos, pois «o povo unido/nunca mais será vencido» e lutar sempre para sermos livres e para que não tenhamos mais de passar fome, guerra, prisão ou tortura. Que o Portugal democrático, nascido depois de Abril, traga essa liberdade e desenvolvimento desejados!
Luís Moura, docente de Português
42.
Portugal Ressuscitado
Depois da fome, da guerra
da prisão e da tortura
vi abrir-se a minha terra
como um cravo de ternura.
Vi nas ruas da cidade
o coração do meu povo
gaivota da liberdade
voando num Tejo novo.
Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido
Vi nas bocas vi nos olhos
nos braços nas mãos acesas
cravos vermelhos aos molhos
rosas livres portuguesas.
Vi as portas da prisão
abertas de par em par
vi passar a procissão
do meu país a cantar.
Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido
Nunca mais nos curvaremos
às armas da repressão
somos a força que temos
a pulsar no coração.
Enquanto nos mantivermos
todos juntos lado a lado
somos a glória de sermos
Portugal ressuscitado.
Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido.
José Carlos Ary dos Santos
Aqui fica, também, a canção:
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