segunda-feira, 18 de março de 2024

25 DE ABRIL – 50 ANOS – 50 POEMAS

Placard Escola Secundária: Foto: Luís Moura

O 12º poema, As Pessoas Sensíveis, de Sophia de Mello Breyner Andresen, denuncia a hipocrisia, a exploração dos mais ricos e poderosos que passam uma imagem pública que não corresponde, na verdade, ao que realmente são (« Perdoai-lhes Senhor/Porque eles sabem o que fazem»). A igualdade de oportunidades, a justiça no trabalho, a dignidade e o desenvolvimento devem ser para todos.

Luís Moura, docente de Português

12. As Pessoas Sensíveis


As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

«Ganharás o pão com o suor do teu rosto»
Assim nos foi imposto
E não:
«Com o suor dos outros ganharás o pão»

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem

Sophia de Mello Breyner Andresen

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