Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura
Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura
O 27º poema, As Mãos,
de Manuel Alegre, transmite o enorme poder das mãos do Homem, que podem fazer o
Bem e o Mal. Na Revolução do 25 de Abril, as mãos trouxeram a Liberdade, a
Esperança, a Democracia, o fim da Guerra Colonial… Que as nossas mãos, hoje e
sempre, sejam instrumentos de Paz, de Liberdade, de Justiça, de Solidariedade,
de Amor, de Esperança…
Luís Moura, docente de Português
27. As Mãos
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
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