Placard Escola Secundária Lousã; Foto: Luís Moura
Placard Escola Secundária Lousã; Foto: Luís Moura
O 28º poema, Abril de Abril, de Manuel Alegre, constitui mais um exemplo de poesia de intervenção, em que o poeta exprime o seu sentir e pensamento em relação ao que significou Abril, esse «Abril de mão na mão e sem fantasmas/esse Abril em que Abril floriu nas armas», como transmite nos últimos versos.
Luís Moura, docente de Português
28. Abril de Abril
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
Manuel Alegre
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