A crítica de Padre António Vieira no Sermão de Santo António aos Peixes é uma crítica atemporal que escalpeliza a exploração no Brasil durante o século XVII. Assim como no passado, ainda hoje, infelizmente, continuam a observar-se frequentemente comportamentos reprováveis.
Em primeiro lugar, nos dias de hoje, há muitas pessoas vaidosas que apenas se importam com as suas aparências e não com o bem-estar dos que as rodeiam, acabando por ser arrogantes e inferiorizar os mais desfavorecidos, o que acaba por ser irónico, uma vez que estamos numa sociedade onde, diariamente, se luta ou deveria lutar pela igualdade de direitos. Também nos dias de hoje, vivenciamos profundas injustiças, por exemplo, ao nível da justiça, onde muitas vezes, os mais poderosos, com mais capacidades financeiras, subornam os juízes e órgãos da justiça, ganhando vantagem relativamente aos mais humildes, os mais honestos. É de “cortar o coração”! Além dos exemplos que referi anteriormente, vivemos numa sociedade profundamente consumista, que apenas pensa em bens materiais; uma sociedade que tem a necessidade de explorar o outro, os mais fracos, para proveito próprio. Como exemplo disto, temos as grandes empresas de roupa, onde os mais desfavorecidos, os que precisam de dinheiro para sustentarem as suas famílias, são submetidos a condições de trabalho horríveis: muitas horas de trabalho, nalguns casos, sem dia de descanso semanal e com um salário tão baixo que, muitas vezes, nem dá para todas as despesas. Isto porque, os mais vaidosos, os mais consumistas, os mais gananciosos precisam de ter mais de cinquenta casacos diferentes no armário, isto porque é vergonhoso uma pessoa com dinheiro andar mal vestida
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