Placard da Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura
O 20º poema, A Cor da Liberdade, de Jorge de Sena, é de 9 de Dezembro de 1956, quando o poeta acabava de fazer 37 anos e vivia ainda em Lisboa, três anos antes de se exilar. Exprime o seu desejo de não morrer «sem saber/qual a cor da liberdade», mas de «ser livre aqui», em Portugal, na terra onde nasceu. Hoje, não temos necessidade de nos exilar como o poeta, pois somos livres e vivemos em liberdade e democracia. Saibamos ser dignos da «Cor da Liberdade» e lutemos sempre para que não esmoreça ou desapareça!
Luís Moura, docente de Português
20. A Cor da Liberdade
qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quasi um crime viver.
Mas embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Jorge de Sena
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