Desgastante, descontrolada e emotiva. Assim podíamos descrever a experiência durante o Ensino à Distância.
O ano de 2020 para sempre será relembrado pela ansiedade de não poder abraçar quem mais amamos, por não poder ir festejar o aniversário da avó já tão velhinha e por ter de desconfiar até do nosso melhor amigo desde sempre.
Felizmente, no meio de tantas desgraças, tivemos esperança uma vez. Esperança que se pudesse ter aulas em casa e não privar ninguém do conhecimento que é um direito do ser humano. Houveram bastantes problemas para chegarmos a todos, tivemos que enfrentar nets fracas, faltas de material eletrónico, comunicações à distância e ignorância informática para conseguir vencer esta batalha.
Foram quatro meses marcados por descontrolos emocionais, rotinas descontroladas, muita ansiedade, solidão e formatação a uma nova forma de ensino. E foram nesses quatro meses que muitos alunos realmente identificaram a falta de uma mesa e uma cadeira numa sala onde todos aprendemos uns com os outros e temos alguém que nos oriente, o que nos foi retirado quando o estado de emergência começou.
Foi um período difícil, não só para alunos mas para quem esteve em casa a fazer trabalho duplo, como os pais a trabalhar em casa e a serem pais 24/7, para os professores que são pais e principalmente para quem não teve meios de se comunicar com ninguém por não ter meios.
O ensino à distância mostrou-nos que o conhecimento depende da relação emocional e coletiva e com ele tornámos os professores em operadores que interagem connosco ao ligarmos o microfone no Google Meet para responder ao que nos solicitam.
Para os pais que antes reclamavam para os filhos saírem dos computadores para conviver viram-se rendidos a estes métodos de ensino na qual os alunos passavam horas e horas no computador, fosse a estudar, fosse em aula, fosse a jogar algum jogo que os distraísse. Eram mais de 2 horas de ecrã diárias que aumentaram a dependência de tecnologias informáticas, a obesidade e a taxa de depressão.
Para concluir, existem mil razões a favor e outras tantas contra o ensino à distância que para muitos foi um alivio, mas uma tormenta ao mesmo tempo.
Beatriz Ventura (12ºB)
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