Já que a palavra do ano, eleita pela Porto Editora, foi “Saudade”, aqui fica o meu testemunho.
Saudade
é uma palavra grande e tem um significado ainda maior! Agora, com as dificuldades,
tudo ficou para trás, as cidades pararam, habituamo-nos à virtualidade, a estar
longe/distantes.
Com isto da pandemia, não pude ir visitar os meus avós durante imenso tempo. Lembro-me de, num domingo à tarde, a minha avó me ligar e dizer o seguinte:
- Adriana, hoje vocês vêm cá jantar! Sabes o que fiz?
- Olá, avó! Não sei, mas tenho a certeza que é algo que adoro! - disse eu, muito empolgada.
Ela riu-se e disse:
- Canjinha e lombo com batatas assadas.
Agora já nem posso ir lá dizer um simples “Olá!”. Sinto falta disto. Lembro-me, também, que nas férias de verão ia entregar pão com o meu avô. Quando me levantava, às 5h40 da manhã, só queria ficar na cama, mas depois, durante a entrega, o meu avô dizia sempre:
- Se adivinhares o nome da próxima freguesa, dou-te 15 euros.
Eu
dizia um monte de nomes e mesmo assim não acertava. Quem conseguia
pensar/adivinhar no nome Zoca? Eu não!
Passei
a falar com eles por videochamada quase todos os dias e cada vez mais sentia um
aperto no coração por não poder estar ao lado deles. Neste Natal, oferecemos-lhes um iPad para
poderem falar connosco quando quiserem.
Com isto, digo que, ainda hoje, sinto saudades dos abraços, dos beijinhos, dos risos, da comida, de tudo... Sinto falta, isto é, SAUDADE de tudo!
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