Mouro, ladino,
ouvi
naquelas paredes
sólidas.
No xisto negro
senti o
choro e lágrimas caídas.
Nas eiras ouvi um
canto,
triste, de um povo
exilado.
Vinha da terra,
pranto,
por um moço
degredado.
Onde foi o meu
povo
destas serras verdejantes?!
Sonhar, tentar de
novo,
em terras, línguas
distantes…
E o mar ficou mais
salgado
por cada adeus
sentido,
ressoando no
passado
de um povo só,
dividido.
Lembro de primos,
além:
Nova-Lisboa,
Guiné…
Brasil, Pará do
Belém,
Açores, Newark
até!
Como um tucano
vibrante,
têm o sotaque do
Rio.
Ou num accent penetrante,
sentem no Hudson o frio.
Serão, como eu,
lusos ainda.
Terão a alma
nossa, velha?
Tem como nome
Olinda,
mas outra nação se
espelha.
É dividido e
global,
está em todo o
lugar.
Ó povo de
Portugal!
Que nunca há de voltar…
Quanta musicalidade neste poema de versos feitos de xisto. Muitos parabéns, Eduardo Carvalho. Venham mais.
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