quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Povo



Eduardo Carvalho, 12ºB

Mouro, ladino, ouvi

naquelas paredes sólidas.

No xisto negro senti o

choro e lágrimas caídas.

 

Nas eiras ouvi um canto,

triste, de um povo exilado.

Vinha da terra, pranto,

por um moço degredado.

 

Onde foi o meu povo

destas serras verdejantes?!

Sonhar, tentar de novo,

em terras, línguas distantes…

 

E o mar ficou mais salgado

por cada adeus sentido,

ressoando no passado

de um povo só, dividido.

 

Lembro de primos, além:

Nova-Lisboa, Guiné…

Brasil, Pará do Belém,

Açores, Newark até!

 

Como um tucano vibrante,

têm o sotaque do Rio.

Ou num accent penetrante,

sentem no Hudson o frio.

 

Serão, como eu, lusos ainda.

Terão a alma nossa, velha?

Tem como nome Olinda,

mas outra nação se espelha.

 

É dividido e global,

está em todo o lugar.

Ó povo de Portugal!

Que nunca há de voltar…

1 comentário:

  1. Quanta musicalidade neste poema de versos feitos de xisto. Muitos parabéns, Eduardo Carvalho. Venham mais.

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