Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura
O 9º poema, Flor da Liberdade, de Miguel Torga, é de 1958, período da Ditadura Salazarista, em Portugal. Nessa época, não havia liberdade e era necessário dizer que não, contestar. Hoje, vivemos livremente, mas a Liberdade continua a fazer sentido e a ser muito importante. Por isso, não nos devemos submeter, mas sempre resistir.
Luís Moura, docente de Português
9. Flor da Liberdade
Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E 1o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Sepultos, insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Miguel Torga, In Orfeu Rebelde, 1958
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