O
17º poema, Nevoeiro, o último da obra
Mensagem, de Fernando Pessoa, exprime
o desalento, a desilusão do poeta, mas também a esperança na mudança em relação
a Portugal. A forma como Portugal é descrito em «Nevoeiro», é um país envolto
em indeterminações de natureza política e moral, pois está associado à
instabilidade social e política descrita, correspondente aos anos agitados das
décadas de 20 e 30 do século XX. Hoje não vivemos, tal como Pessoa, o mesmo
período, mas também nos encontramos em tempos marcados pela incerteza, pela
indefinição, em que Portugal necessita de uma mudança. É a Hora!/Valete, Frates.».
Luís Moura, docente de Português
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
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