sábado, 23 de março de 2024

25 DE ABRIL – 50 ANOS – 50 POEMAS

Placard da Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura

O 17º poema, Nevoeiro, o último da obra Mensagem, de Fernando Pessoa, exprime o desalento, a desilusão do poeta, mas também a esperança na mudança em relação a Portugal. A forma como Portugal é descrito em «Nevoeiro», é um país envolto em indeterminações de natureza política e moral, pois está associado à instabilidade social e política descrita, correspondente aos anos agitados das décadas de 20 e 30 do século XX. Hoje não vivemos, tal como Pessoa, o mesmo período, mas também nos encontramos em tempos marcados pela incerteza, pela indefinição, em que Portugal necessita de uma mudança. É a Hora!/Valete, Frates.».


Luís Moura, docente de Português

 

17. Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Valete, Frates.
Fernando Pessoa, Mensagem

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