quinta-feira, 25 de abril de 2024

25 DE ABRIL – 50 ANOS – 50 POEMAS

Imagem criada por Inteligência Artificial

O último poema, Grândola, vila morena, é uma canção, de José Afonso, que foi escrita em honra da sociedade musical da vila alentejana de Grândola. Foi apresentada, no dia 17 de maio de 1964, precisamente na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, por José Afonso, no espetáculo que aí decorreu. José Afonso inspirou-se nos valores e no espírito comunitário de fraternidade, igualdade e solidariedade da sociedade musical e comunidade daquela vila alentejana. Depois, sete anos mais tarde, em 1971, Grândola, vila morena integrou o disco Cantigas de Maio que o autor gravou, em França, juntamente com José Mário Branco, Francisco Fanhais e Mário Correia (Bóris). Posteriormente, no dia 25 de abril de 1974, foi tocada, às 00h20, no programa Limite, transmitido pela Rádio Renascença, e constituiu a 2ª senha da Revolução do 25 de Abril, indicando que os militares, que já estavam a postos, depois de terem ouvido a 1ª senha, a canção E depois do Adeus, deviam sair dos quartéis e darem início ao movimento revolucionário, marcando, assim, o arranque das operações do MFA, que viria a pôr fim ao regime do Estado Novo e da Ditadura. Esta canção, escrita em honra da vila alentejana de Grândola, escapou à Censura e, para além de um canto coletivo, constitui um hino que ficou e ficará sempre para a história e memória, representando não só a Revolução do 25 de Abril, mas também os valores da Liberdade, da Fraternidade, da Igualdade, da Democracia, para que nunca se esqueça que «O povo é quem mais ordena/Dentro de ti, ó cidade».

Luís Moura, docente de Português

50. Grândola, vila morena

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

José Afonso, 1971

Aqui fica a canção de José Afonso: 

Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura

Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura

Placard Escola Secundária da Lousã; Foto: Luís Moura

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