Eduardo Carvalho (11.º C)
Se há, na minha perspetiva, algo que define o cancro é a sua capacidade de ser invisível, de surgir despercebido, exceto se for detetado preventivamente.
Ele é
traiçoeiro e pode não ter o cuidado de bater à nossa porta!
Tem o
potencial de virar a vida de uma pessoa e dos que a rodeiam de pernas para o ar,
se o diagnóstico for grave. Porém, pode não o ser.
Felizmente
o avanço contínuo da Ciência é real. Graças a todos os que, em todo o mundo,
dedicam horas intermináveis à Investigação, aos estudos, aos grupos de controlo
e ao conhecimento científico.
Uma
luta nobre, mas silenciosa, que continuamente nos alarga as esperanças e
possibilidades nesta guerra, ao ponto de vários tipos de tumores serem
perfeitamente tratáveis e considerados uma patologia comum.
Associamos
ao cancro palavras como “luta” e até “guerra”. Falamos da Liga Portuguesa contra
o Cancro, que nos invoca sentimentos como se estivéssemos perante um inimigo
comum. Mas, esta doença não escolhe estrato social ou condição de vida - ou
talvez escolha, em função dos hábitos que cada individuo tem.
Acho
interessante como ”um acaso”, uma mutação ocorrida na infinidade de reações,
que acontece na vida das células e que é comum a todos os organismos, se torna em
algo que tem “peso imediato” e com uma carga psicológica enorme. Basta, para
tal, dizer apenas o nome comum para a doença.
Não
tenho nenhuma experiência em primeira mão. Nunca “lidei” com um caso de cancro
na minha família, mas pergunto-me se, no fundo, isso será mesmo verdade. O meu
avô paterno, que nunca conheci, morreu jovem com um tumor no esófago, numa
época em que, depreendo, tal doença seria uma sentença de morte, quando
comparada com as possibilidades que temos hoje. Se o facto, de ser dos poucos
da família que fumava regularmente, foi a causa, nunca se saberá. A verdade é
que nunca sofri com isso: faleceu muito antes de eu sequer ter nascido! No
entanto, tenho a certeza que teve influência na minha vida. De facto, nunca o
conheci e a nossa própria vida é feita das pessoas que conhecemos, mas o meu
pai perdeu-o mais cedo do que seria desejável. Nunca saberei o que é que podia
ter sido diferente…
Por
isso, o pensamento que gostaria de deixar a todas as pessoas é que, definitivamente,
tomemos consciência das medidas e mecanismos que devem existir para apoiar quem
sofre de cancro, bem como as suas famílias. Este apoio pode ser necessário na
realização dos tratamentos (de quimioterapia/radioterapia), no fornecimento de medicamentos,
na ocupação dos tempos livres, nas sessões com terapeutas, por exemplo. Será
que, enquanto sociedade, protegemos e apoiamos devidamente estas pessoas?
Além disso, também é importante interiorizar que a vida não pode estagnar completamente. Pois a pessoa que sofre de cancro tem, muitas vezes, filhos e outras preocupações familiares ou está ainda a estudar e a tentar perseguir a carreira ou o sonho que sempre quis. Pelo que termino com uma questão: como é possível gerir uma situação como esta?
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