Certo dia, eu estava em casa da minha avó, que fica numa aldeia bastante bonita, rodeada de extensos campos de flores, que deitam um cheiro bastante agradável e esta vista transmitia-me alegria, mesmo quando eu estava triste. A minha avó andava a regar as plantas, e, quando me viu, veio logo ter comigo e levou-me para dentro de casa.
Sentei-me à mesa e esperei que a avó me trouxesse uma
fatia do bolo de noz que ela tinha feito. Ela entregou-me a fatia e eu
lembrei-me logo de quando eu era pequena e de que a minha avó sempre me fazia
aquele bolo quando eu estava triste ou quando me tinha aleijado... Que saudades
desses tempos! Também me lembrei de quando me escondia do meu avô no meio das
hortaliças e a minha avó reclamava. Agora, quase que nem os via.
Depois de acabar de comer a fatia de bolo, a minha
avó disse-me:
- A tua mãe já está lá fora à tua espera para te ires embora!
- Oh, ok.-respondi eu, bastante triste por ter que me ir embora. Era a primeira vez que eu estava com ela, desde que o confinamento tinha acabado.
Antes de me ir embora, olhei para a minha avó e
reparei que uma lágrima escorria na sua cara. Não resisti e fui dar-lhe um
abraço.
- Não te preocupes, daqui a pouco tempo, quando a
pandemia passar, já podemos estar todos juntos e já te posso abraçar outra
vez.- disse-lhe eu antes de me ir embora.
Nessa mesma noite, antes de adormecer, estive a pensar e cheguei à conclusão que, durante estes tempos que temos vivido, Saudade é a palavra que melhor descreve o que tenho sentido. Saudade de quando tudo era normal.
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