quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

O problema das plantas invasoras

Entrevista





Um dos grandes problemas que afetam o nosso país é a proliferação de plantas invasoras.
As plantas que são naturais de uma região, há muitos milhares de anos, chamam-se nativas ou autóctones. Por outro lado, muitas das plantas que nos rodeiam foram transportadas do seu habitat natural para outros locais, pelo que são chamadas plantas exóticas. Destas, algumas coexistem com as plantas nativas de forma equilibrada, mas outras desenvolvem-se muito rapidamente e de forma descontrolada, tornando-se aquilo a que se chama “planta invasora”.

Quais são as plantas invasoras que existem na zona da Lousã?
São as mimosas, sem sombra de dúvida, também conhecidas por acácias. Mas muitas outras estão presentes, como a tintureira, o espanta-lobos, a erva-da-fortuna e, mais recentemente, a erva-das-pampas ou penachos, que já se começam a ver em grande quantidade nas bermas da via-rápida entre a Lousã e Miranda do Corvo. Outra de que me estou a lembrar, e é muito recente, é uma planta aquática chamada elódea-densa, que está a surgir no rio Ceira.

Quais são as plantas nativas daqui da zona que estão a ser afetadas pela existência de plantas invasoras?
Todas as plantas nativas são afetadas. Por exemplo, plantas como o azevinho e o azereiro quase já nem se encontram aqui pela serra.

Como é que as plantas invasoras chegaram cá?
A grande maioria foi introduzida por ação humana, como planta ornamental. No caso da elódea-densa (aquática), pode ter surgido a partir de aquários ornamentais, daqueles que as pessoas têm em casa, por exemplo.

Por que razão as plantas invasoras são tão problemáticas?
As plantas invasoras causam grandes prejuízos ambientais e económicos. Prejuízos ambientais porque não deixam que as espécies nativas se desenvolvam, e estas podem acabar por desaparecer. Prejuízos económicos porque, para as remover, é necessário gastar muito dinheiro em mão de obra, combustível e equipamentos.

O que podemos fazer para evitar que estas plantas se espalhem?
É muito difícil evitar que estas plantas se espalhem, a única forma eficaz é detetar a sua presença quando ainda há poucas. Por exemplo, no caso das mimosas é praticamente impossível evitar que se espalhem, mas a erva-das-pampas, que está a começar a aparecer aqui na Lousã, ainda é possível localizá-las e ir arrancá-las, ou pelo menos cortar as plumas no período entre agosto e outubro, de modo a evitar que as sementes se espalhem. Uma única pluma pode ter milhares de sementes.

Acha bem as pessoas terem nos seus jardins ou terrenos plantas invasoras como decoração?
Não acho nada bem, pelo contrário. Acho que quem tem plantas invasoras as deve arrancar e destruir o mais rapidamente possível, de modo a evitar males maiores. E pensando no caso particular da erva-das-pampas, também não as devem utilizar na decoração de interiores, como se vê muitas vezes, em jarras, em eventos festivos e até à venda em floristas.


Mariana Moreira, aluna do 8ºA, em entrevista à Encarregada de Educação Teresa Brandão

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